O amanhã começa agora
As recentes manchetes de jornais não deixam dúvidas: a má gestão e a falta de governança podem afetar o valor e a imagem de toda uma organização, além de comprometer o seu futuro. A dificuldade de gerir indicadores e a ausência de estudos sobre mercado e tendências e de um olhar ampliado sobre o negócio impedem que uma companhia siga adiante de maneira produtiva. Resultado: muitas delas encontram-se trabalhando para enfrentar cenários pontuais.
"E elas deveriam estar preparadas para acompanhar a evolução e as eventualidades de seu setor”, alerta Edelmar Lima, especialista em Desenvolvimento de Gestão e Preparação Prática de Lideranças e sócio da Pro- Evoluir Consultores Associados. Antecipar-se é tomar as rédeas da ação, e não da reação.
Maneiras de se preparar para os momentos de adversidade incluem promover uma gestão com visão de longo prazo e investir em boas práticas de governança corporativa. “Em um momento como o que estamos vivendo, a governança é vista como pilar da ética. Isso tem reflexo na imagem e na reputação da companhia”, explica Heloísa Bedicks, superintendente geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
De acordo com Heloísa, é essa forte governança que contribuirá significativamente para a longevidade do negócio. A executiva alerta: “Não adianta pensar no futuro se o chão que se pisa hoje não dá suporte para transformar os objetivos do amanhã em realidade. E também não dá para continuar fazendo sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”.
Inspirando pessoas
A solução seria, então, mudar. “Não apenas as metodologias, mas a maneira de ver e pensar, permitindo entender situações complexas”, revela Simon Robinson, autor do livro Holonomics: Business Where People and Planet Matter (em tradução livre, “Holonomics – negócios em que as pessoas e o planeta importam”). A publicação, assinada em parceria com a consultora Maria Moraes Robinson, ensina como responder a essas mudanças necessárias. O termo holonomics se refere a uma forma dinâmica e autêntica de entender as relações em um sistema de negócios contemplando a compreensão do todo. Com essa abordagem, é possível, por exemplo, interpretar a organização como um sistema vivo e dinâmico, que evolui e gera valor por meio das interações entre todos os envolvidos: líderes, gestores, empregados, clientes, comunidade, etc. Para começar a pensar diferente, Maria Moraes Robinson questiona: qual porcentagem da capacidade de criar e de resolver problemas dos profissionais de uma empresa é colocada em prática? “A menos que o ambiente, a liderança e a cultura da organização sejam coerentes e voltados para a inovação, muito pouco do potencial de cada pessoa estará realmente a serviço do negócio”, analisa a consultora.
Como inspirar sua equipe? Holonomics ajuda os líderes a entender o papel de cada um no todo, ou seja, como as partes interagem para formar o todo e como as relações entre as pessoas podem ser aprimoradas. Dessa forma, ideias podem emergir e ser implementadas. Para isso acontecer, o papel do líder é fundamental na criação de ambientes de confiança nos quais as pessoas podem se expressar autenticamente.
Novo modelo de governança
Segundo Maria Moraes Robinson, muitas pessoas vêm aprimorando seu sistema operacional mental, intitulado de Sistema Operacional Holonômico e formado por quatro formas de conhecer o mundo: sentimento, pensamento, sensação e intuição. Descobrir e vivenciar esses aspectos, recorrendo a eles para se relacionar com o mundo à sua volta – inclusive na esfera profissional –, pode ser bastante poderoso, principalmente para líderes e executivos que se encontram “fixados” no intelecto.
A companhia já começou no passado a atuar e formular suas estratégias pensando no futuro. Foi adotado um novo modelo de governança corporativa, que descentralizou as operações sem perder de vista os Valores da Votorantim (saiba mais no exemplo da Votorantim Industrial a seguir).
A nova forma de gestão reforça a preocupação cotidiana com os próximos passos. Em cada uma das empresas, as pessoas são desafiadas a encontrar respostas para grandes questões de seu segmento de atuação – são as chamadas alavancas de valor, que visam aumentar a geração de valor dos negócios no futuro.
O Ciclo de Planejamento é mais uma iniciativa voltada para o amanhã. Em sessões de Diálogo Estratégico, um recurso da companhia para compartilhar suas aspirações e refletir sobre as principais questões que colocam em risco a atratividade e a perenidade do negócio, a Votorantim estabelece uma aspiração para cada uma de suas empresas. “É um momento em que elas buscam enxergar sua capacidade competitiva e também o mercado, pensando na posição em que desejam estar no futuro”, explica Tulio Barcelos, consultor de Investimentos da Votorantim Industrial. Os Diálogos foram finalizados em julho e estruturados em planos estratégicos. O próximo passo é desdobrar os planos em metas para todos, deixando claro aonde a empresa quer chegar e como pretende fazer isso.
Integradas ao planejamento dos negócios, as iniciativas sociais, ambientais e de pesquisa são igualmente relevantes para a perenidade da Votorantim. Muitas são as metas das empresas voltadas para essas questões. A seguir, são apresentados alguns exemplos:
- a Negócio Aço Brasil se comprometeu a reduzir 5% de seu consumo energético específico até 2020, considerando o ano-base de 2010;
- a Votorantim Cimentos (VC) estipulou que, também até 2020, utilizará 30% de combustíveis não fósseis em suas fábricas de cimento, promoverá a inovação com a implementação de novas soluções, produtos e serviços sustentáveis e implementará planos de gestão de água para áreas de escassez em suas unidades de negócio;
- a Fibria se propôs a duplicar, até 2025, a absorção de carbono da atmosfera e ajudar a comunidade a tornar autossustentáveis 70% dos projetos de geração de renda apoiados pela empresa;
- a Votorantim Metais (VM), também para 2025, planeja obter avanços nos indicadores sociais estabelecidos para cada localidade, garantindo 90% de eficácia nos planos de desenvolvimento e relacionamento construídos para os locais prioritários;
- a Votorantim Energia (VE) tem o objetivo de ser a melhor empresa do setor energético, atuando como um player com participação relevante no mercado. Para isso, oferecerá um portfólio cada vez mais sustentável, com as melhores soluções, a exemplo do projeto de energia eólica, gerada a partir do vento (saiba mais na editoria Nossos Negócios desta edição).
Um futuro sólido e de sucesso se constrói com empenho, inovação e planejamento. E a Votorantim vem trilhando esse caminho com responsabilidade e muitos exemplos de boas práticas. Para a companhia, o amanhã começa agora.